Há alguns meses, a internet e as redes sociais trouxeram um novo embate geracional – Millennials versus Geração Z – e memes sobre coisas consideradas cringe (ou o bom e velho cafona, na linguagem dos mais vividos) pela turma mais jovem em relação aos seus antecessores. Contudo, embora o tom de bom humor e piadas tenha trazido à tona as diferenças comportamentais e culturais, as diferenças de valor entre uma geração e outra não é exatamente uma novidade e podemos analisar isso de uma forma bem dinâmica, mostrando que isso também molda o mercado e crenças populares.

Trazendo a discussão para o contexto dos investimentos e como ganhar dinheiro, de quaisquer natureza, as visões de mundo que os jovens de hoje em dia demonstram em relação à minha juventude trazem debates interessantes. Enquanto nós, Millennials (1981 – 1996) vivemos em sua plenitude o mundo analógico e fomos, aos poucos, construindo e aderindo às novas tecnologias, nossos sucessores – em sua maioria – já nasceram imersos no ambiente digital, moldando a forma de pensar, interagir e realizar suas tarefas. Parece vago, mas isso também moldou a forma como nós encaramos a forma de se ganhar dinheiro e estruturar a vida adulta. E uma das grandes reclamações da Geração Z (1997 – 2010) é como os mais velhos parecem apegados ao emprego e às coisas materiais, como a casa própria, por exemplo. Mas antes de aprofundar no cerne da questão, é importante trazer um contexto de como essa cultura geracional dos Millennials surgiu.

Viemos de antecessores em que a realidade e a vida adulta surgiram em momentos em que a realidade altamente digital que vivemos hoje parecia algo utópico, apenas vistos em obras de ficção científica. Logo, crescemos dentro de uma realidade parental em que tínhamos que seguir moldes para sermos adultos bem-sucedidos: casamento, casa, família e uma vida digna de comercial de margarina. Contudo, a nossa realidade se provou outra: passamos por grandes marcos históricos na economia mundial, como a quebra da bolsa em 2008, maior competitividade por conta do surgimento de novas tecnologias e profissões, dentre outros fatores. Com isso, passamos a dar mais valor aos cuidados com nossos investimentos e trabalho.

Não à toa, segundo o Raio X do Investidor Brasileiro de 2020, nós fomos considerados a geração que mais está antenada em investimentos e finanças pessoais, deixando aqueles que vieram antes e depois de nós para trás. Mas, veja, que aplicar em si mesmo não deve ser motivo de vergonha ou ego inflado, mas sim de exemplo. Dentre as diversas possibilidades, uma que tem ganhado as graças de muitos é o investimento imobiliário. Em suma, essa modalidade se dá quando um recurso financeiro é alocado em um ativo (no caso, imóveis), e espera-se um retorno maior do que o pago previamente.

Esse segmento é bastante interessante, pois permite que seja feito de forma direta ou indireta, bem como traz benefícios como segurança, estabilidade e rentabilidade, uma vez que esse é um setor bastante aquecido. Dentre as possibilidades, os investimentos imobiliários também trazem um grande leque que atende a diferentes perfis de investidores: fundos de fundos, fundo de investimento imobiliário, imóveis para renda, compra e venda, dentre outros.

Essa categoria traz algo que vai além das ambições dos Millennials, mas que deveria ser um exemplo para as gerações anteriores e posteriores: liquidez, disciplina e independência financeira. Muito além de permitir que outros tenham o prazer de ter uma casa para chamar de lar, seja própria ou alugada, os investimentos imobiliários ao longo do tempo são um tiro certo em meio às incertezas econômicas que constantemente vivenciamos, pela segurança contra a inflação, potencial de valorização, alta demanda, baixa volatilidade e possibilidade de obter renda passiva, inclusive através da aquisição de cotas de fundos imobiliários. Não à toa, de acordo com levantamentos da B3, os investimentos no FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários) tiveram uma alta de 40% em setembro deste ano, ante ao mesmo período de 2020, mostrando que as carteiras estão mais diversificadas atualmente.

Outro ponto que é importante destacar é que adquirir um imóvel, a metragem de um imóvel já foi considerada um ponto crucial para uma fácil negociação. Os clientes ouviam a palavra amplo e logo o imóvel já lhes despertava interesse, afinal era tudo que mais buscavam, uma cozinha espaçosa, uma grande varanda ou quintal. Os jovens dessa nova geração trazem para esse mercado uma mudança com relação ao tamanho das unidades, afinal para uma gestão mais tranquila e para redução de custos, a preferência é cada vez maior pelos imóveis compactos, com valorização de espaços comuns, sustentabilidade e boa localização.

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